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CINEMA, MÚSICA, PINTURA

Este Blog é produzido e dirigido por:



Denison Souza, arte-educador, escritor free lancer;

meu trabalho já foi publicado no Jornal do Recôncavo e Correio da Bahia

domingo, 31 de dezembro de 2017

Haydn...por que não?




O problema com Haydn é que… por onde começo? Compositores são divididos em duas categorias: os parcimoniosos e os prolíficos. Arnold Schoenberg, que figura entre os primeiros, jamais escreveu mais do que uma peça por ano. Haydn podia escrever três em uma semana.

Contudo, ao contrário de outros compositores compulsivos, diferente de Mozart com sua “Pequena Serenata Noturna” ou Mendelssohn com sua onipresente marcha nupcial, Franz-Josef Haydn nunca compôs nada que chamasse tanta atenção como essas melodias emblemáticas. Ele escrevia peças boas, de maneira constante, levando seus editores a lançar seis peças para quartetos de cordas sob mesmo número de opus, a fim de mascarar sua produtividade insensata.

Na década de 1920, um rico alemão chamado Antony van Hoboken começou a coletar  manuscritos e primeiras edições de peças deixadas por Haydn, com a intenção de compilar um catálogo definitivo. Ele desistiu após alcançar cinco mil itens e, embora todos os trabalhos de Haydn estejam catalogados, novas descobertas continuam sendo feitas. Existe muito Haydn para a cabeça de qualquer um, e este ano, que marca seu bicentenário de morte, está sendo responsável pela dor de cabeça de vários organizadores de festivais. “Como fazer Haydn?” é o lamento angustiado que mais se ouve.

A obra completa foi lançada recentemente em um box contendo 150 CDs e, ainda que o preço seja incrivelmente barato, esse lançamento tende a ser um problema a mais para quem deseja conhecer sua obra. Porque, embora os produtores do selo Brilliant tenham separado sua obra por gênero com cores diferentes, o tamanho da coleção esmorece a vontade de ouvi-lo. O “ano Haydn” não será fácil de ser comercializado.

Mas deveria ser. Haydn é uma das personalidades mais importantes da música clássica, inventor da sinfonia e do quarteto de corda. Mozart chamava-o de “Papai Haydn”, declarava que ele era “o pai de todos os compositores”. Haydn, no entanto, não se contentou em criar moldes. Pôs-se a preenchê-los com 104 sinfonias e 68 quartetos, composições até engenhosas e divertidas, mas que dificilmente nos levarão à loucura. Ele também produziu concertos para oito instrumentos diferentes; várias missas; dois grandes oratórios, A criação e As estações; treze óperas em italiano e seis em alemão; inúmeras obras para trios e para piano. Sem mencionar centenas de cantos ingleses, escoceses e galeses.

Enquanto vivia em Londres na década de 1790, Haydn foi convidado por três editores diferentes de Edimburgo, que lhe pediram acompanhamentos instrumentais para o folclore escocês. O preço era de um ou dois guinéus (antiga moeda de ouro inglesa) por canto, além de presentes como lenços de seda e uma caixinha de rapé. Deslumbrante na arte de musicalizar os dialetos, ele produziu o suficiente para preencher 20 CDs. Ao saber que Anne Hunter, esposa de seu cirurgião em Londres, havia publicado um livro de poemas, propôs-se a musicar alguns de seus versos.

Caminhos até Haydn

Há caminhos para se chegar a Haydn, mas isso exige uma análise de seu contexto. Grandes maestros ao longo dos anos entenderam que Haydn não é um compositor que mereça um programa exclusivo, mas que serve de aquecimento para outras peças. Toscanini apresentava a sinfonia no 92 de Haydn, antes de Dom Quixote, de Richard Strauss, enquanto Furtwängler tocava a sinfonia no 88 como aperitivo para a Sinfonia no 4 de Schumann ou de Bruckner, iluminando assim as verdades sinfônicas mais profundas através da luz de Haydn. Thomas Beecham, de maneira menos pedagógica, começaria um concerto com uma sinfonia do último Haydn, a fim de dissolver as tensões urbanas de uma plateia que acabara de encerrar o dia de trabalho.

Qualquer um que tenha o trabalho de pesquisar as peças de Haydn, logo perceberá que não se trata de um compositor que, a exemplo de Mozart ou Beethoven, realizou inovações consistentes ou mostrou maior tenacidade composicional. Durante boa parte de sua vida, Haydn conduzia sua orquestra em uma casa no interior, na cidade de Esterházy, para divertir a pequena e ociosa nobreza local nas noites de inverno. Ele produzia novas obras, sem grandes inovações. Os aristocratas húngaros que o financiavam não queriam que suas conversas fossem perturbadas com nada extraordinário.

Haydn tentava tornar suas sinfonias mais vendáveis dando nomes a elas. A Sinfonia nº 92 tem o título de Oxford porque a conduziu na célebre universidade, por ocasião de seu doutorado. A surpresa (Sinfonia nº 94) aplica no ouvinte um pequeno choque e O relógio (nº 111) faz tic-tac. As sinfonias de 82 a 87, escritas para a cidade de Paris, e as de 93 a 104, feitas para Londres, são suas composições mais vigorosas. Mas, durante seus 60 e poucos anos, Haydn aproveitou bastante sua boa vida na corte de Londres, com sua amante, Rebecca Schroeter, e não compôs nenhuma obra audaciosa. Era um artista conservador, charmoso e convencional. Gravações das sinfonias londrinas por Antal Dorati, Neville Marriner e Nikolaus Harnoncourt mostram o máximo de vivacidade que pode existir em Haydn.

Existe uma gravação encantadora feita por Jacqueline du Pre do Concerto em dó maior para violoncelo e outra feita por Martha Argerich do Concerto em ré maior para piano. Os quartetos foram gravados à exaustão pelos Amadeus, os Lindsays e outros, mostrando várias fases da vida de Haydn e aprofundando o apreço por sua personalidade serena, bem-humorada e exigente apenas no seu direito de compor. Sua natureza está presente no engenhoso Quarteto Lark, de 1790, no qual o canto de um pássaro torna-se o assunto de uma conversa civilizada a quatro vozes, culminando em algo como uma giga escocesa.

Contemplativo

Em uma certa manhã, enquanto trabalhava na peça
A criação, considerada sua grande obra-prima, Haydn foi interrompido com a visita de um diplomata. “Vê como as notas se comportam como ondas?”, disse o compositor, apontando para a subida e descida das cadências em sua partitura. “Aqui também é possível ver montanhas”. Lançou um grande sorriso ao visitante perplexo: “Às vezes”, continuou Hadyn, “é preciso ser sério e se divertir ao mesmo tempo”.

Seu amor pela Inglaterra persistiu mesmo após retornar à Viena, onde escreveu uma missa para a vitória inglesa na Batalha do Nilo e onde conduziu a cantata Ariadne em Naxos com a namorada do almirante inglês, Emma Hamilton, no papel principal. Em seu leito de morte, aos 77 anos, Napoleão realizou ataques na cidade de Viena. “Não tenham medo”, disse o compositor, “Haydn está aqui, nenhum mal vai acontecer”.

Afirmei antes que ele não havia deixado nenhuma melodia emblemática. Houve uma, mas foi roubada dele. Era um tema do Quarteto Imperador, que se tornou o hino nacional da Áustria, em 1797, chamado Gott erhalte Franz den Kaiser, e que depois foi utilizado pela Alemanha no Deutschland über alles. Haydn provavelmente temeria essa notoriedade. Percebendo que sua melhor melodia havia sido “confiscada” pela nação, sentou-se ao piano e criou variações sobre esse tema, desta vez removido de pompa e de fervor, com tom levemente melancólico: um Haydn contemplativo, dialogando afinal em paz consigo mesmo.

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Capa CULT 230 (Arte Revista CULT/ Nino Cais)
Dezembro

sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

Beethoven 247 anos de nascido - por Denison Souza



Domingo, 17 de dezembro, se comemora o aniversario de Beethoven; faria 247 anos. Vou dar dicas de audição diferentes do convencional.
Quando falamos nas obras de Beethoven, sempre consideramos as mais comentadas, verdadeiras obras primas gigantescas. Mas esquecemos as menos espetaculares, mas que são dignas de nota. E são obras primas absolutas.

Por exemplo, muito se fala das últimas sonatas para piano, mas a Sonata Appassionata, muito anterior, é uma obra gigantesca, um espetáculo de sonata, uma obra de gênio. Depois da Hammerklavier, é a que mais me chama a atenção.

Quantos aos concertos, somente o famoso concerto para violino e os dois ultimos para piano tem fama. Eu considero o Concerto Tríplice para violino, cello e piano uma obra magistral. Uma jóia rara. Tornei-me devoto de Beethoven através deste concerto. Gostaria de focar este concerto aqui!

Fala-se muito nas Variações Diabelli e deixamos de lado maravilhas que são as Variações Eroica, op. 35, além das Variações op. 34 e Variações WoO 80.
Outro exemplo maravilhoso: Beethoven escreveu 10 piano trios com número de Opus, mas, somente o Piano Trio Arquiduque é famoso. É, de fato, sua obra mais complexa no formato. Depois só se executa nas salas de concerto o piano trio Fantasma, mas, esquecem do piano trio mais impressionante que é o Piano Trio Op. 70, n.2 em E# maior.
Quanto às suas sinfonias, a Sétima e, principalmente, a Nona e a Quinta parecem focar os holofotes para si, mas, aprecio muito a Terceira e a Oitava Sinfonias. Considero a Terceira Sinfonia a minha predileta, se não fosse a Nona.
Das Bagatelas para piano só gosto mesmo de sua obra maior: a Op. 126.
Mas Beethoven, famoso por suas Variações, Bagatelas e Sonatas para piano, compôs música muito boa, típica de Chopin,  para o seu instrumento preferido, mas, antes do músico polonês. Sugiro a audição dessas maravilhas:

Opus 39: Dois Prelúdios
Opus 51: Dois Rondós
WoO 55: Prelúdio em F menor
Opus 77: Fantasia em G menor
Opus 89: Polonaise
Opus 129: Rondo a capriccio in G

Quanto a sua música de câmara para instrumento de sopro, de tanta porcaria que compôs, só resta o Opus 16, um Quinteto para piano e sopro em E# maior de 1796. Uma obra espetacular, que sempre estou revisitando. E sua belíssima sonata, uma verdadeira jóia, a Sonata para Trompa e Piano, muito inusitada!
De suas outras sonatas, as para cello vale a pena ouvir tudo. As para violino, a Primavera e a Kreutzer são muito populares, sempre vem juntas nos registros. Escute as Op. 30! Saia do convencional!

Outra audição que faço muito de música de câmara é o Piano Quarteto WoO 36. Música pouco conhecida e maravilhosa!
Quer ouvir música cantada de Beethoven? Dicas: Canções Gellert Op. 48 e  O Funeral cantata à morte do Imperador Joseph II, WoO 87.
Tem hora que os últimos Quartetos para cordas e a Grande Fuga, experimentais demais, enchem o saco! Daí vale a pena revisitar os antigos Op. 18 e os três Razumovsky, sempre dinâmicos e maravilhosos...mais dentro da normalidade, apesar de revolucionários!

Seus quintetos para cordas não chegam nem perto dos compostos por Mozart, Schubert ou Brahms, então é melhor esquecer! Prefiro os Trios para cordas, todos bons! Ouça o Op. 3, o Op. 8 e o n.3 do Opus 9. Espetáculos fora de série!
Sua música para o palco, excluindo sua ópera, é música muito chata, como acontece com Schubert; os dois são os piores escritores de balé da História! Música incidental para teatro e balé não são o melhor de Beethoven, portanto, melhor deixar na gaveta.
 


 
 
 
 

domingo, 10 de dezembro de 2017

Alfred Schnittke, o mestre da reciclagem na música por Denison Souza - 2017



A música de Schnittke, no inicio, ainda nos anos 50 e parte dos 60, mostra uma certa influência da linguagem de Shostakovich, mas depois de visitar o compositor Luigi Nono na Russia, ele adotou a técnica serial, como na obra Music for Piano and Chamber Orchestra, de 1964.

O legado real da música de Schnittke é a sua exploração multidimensional do que poderia ser a verdade musical do século XX, desde o poliestilismo caótico até a mais pura espiritualidade, criando uma reciclagem musical original! 
 
Homem que criou óperas e balés incríveis:
 
Operas
·         Life with an Idiot, opera in 2 acts, (1992)
·         Historia von D. Johann Fausten, opera in 3 acts and an epilogue (1991–1994)
·         Gesualdo, opera in 7 tableaux, a prologue and an epilogue (1993)
Balés
·         Labyrinths, ballet in five episodes (1971)
·         Der Gelbe Klang (The Yellow Sound), ballet suite. (1973)
·         Sketches, ballet in one act. (1985)
·         Peer Gynt, ballet in three acts (1988)

Criou obras de câmara fora de série, como o excelente Serenade for violin, clarinet, double-bass, piano and percussion (1968)


Fazia perguntas do tipo: O que constitui a verdade musical? Existe realmente uma coisa como a autenticidade musical no sentido de dar voz a uma sinceridade absoluta de expressão emocional ou expressiva? Ou a música é uma combinação de convenção estilística e fórmula estrutural que significa que os compositores escondem sua verdadeira identidade?
 
A enorme produção do compositor russo Alfred Schnittke levanta esses tipos de perguntas - e algumas ainda mais profundas sobre o significado musical e a significação histórica. Criou tanto quanto Beethoven e a sua música tem a mesma qualidade. 
Pegue esta obra monstruosa, por exemplo, a sua Primeira Sinfonia, do qual inventou uma estética musical na qual a mistura de ingredientes é apenas o começo do que ele transporta para a sua estrutura "sinfônica". Na superfície, você está ouvindo uma sinfonia de quatro movimentos em grande escala que dura mais de 75 minutos, como Mahler, e que deve ser o herdeiro de uma tradição sinfônica cujo antecessor imediato, na música russa, é Shostakovich. É também uma peça que deve sinalizar o início do estilo do compositor maduro, escrito quando Schnittke estava com 30 anos. Mas o que você realmente ouve é uma acumulação de citações musicais e um estranho teatro sinfônico de uma hora e quinze minutos. Há referências - mais com toques satíricos - à melodias e peças inteiras de Tchaikovsky, de Strauss e de Chopin; há até uma improvisação de jazz completa no meio do segundo movimento, um conjunto para violino e piano; e tudo isso é enquadrado por uma versão apocalíptica da Sinfonia Farewell, de Haydn . Mas isso é mais que uma brincadeira de música histórica. Se tivesse durado apenas 10 minutos ou mais, você poderia ouvir a mistura de Schnittke de toda a música ocidental como uma mordaça sinfônica sofisticada, uma paródia do fim dos tempos. Mas o tamanho da sinfonia de Schnittke exige que você leve isso a sério. E, assim como ele não se limita a nenhum gênero, estilo ou período para os seus indignantes obstáculos sinfônicos, você tem uma série de opções sobre como você encara essa obra prima gigantesca. Quando surge essa linguagem poliestilística, ele abandona o serialismo restrito aprendido com Luigi Nono e parte para uma identidade pessoal. São os anos 70.
 
Há muito para explorar, e muito está disponível em mídias e internet, mas para dar-lhe um senso da ampla criação de Schnittke, ouça seu piano quinteto; onde a primeira sinfonia é um cataclísmico colóquio, o quinteto soa como uma única expressão de lamento e perda. 
Também vale checar sua obra mais famosa: o concerto Grosso no. 1, que retorna para o hiperreal mundo da primeira Sinfonia, porém, mas sintetizado e com poliestilismo mais radical. No concerto Grosso, Schnittke busca a junção entre a música séria e a música de entretenimento. 
 
Alfred Schnittke nasceu russo e morreu alemão, em 1998, nunca tentou esconder sua conexão com a tradição. Para ele, isso significava uma mudança de direção para a música multidimensional. Ele decidiu romper com a concepção ascética e o marcado purismo da escrita serial para abrir caminho para a música universal, para essa mistura variada de estilos e gêneros que determina as impressões acústicas de nossa vida diária. Este ecletismo estilístico significa para Schnittke uma exploração consciente das características específicas de cada estilo que dá origem a um novo espaço musical e faz criar uma forma dinâmica reciclada. 
 
Para desenvolver uma grande forma clássica não confessada na sua primeira composição pluriestilística chamada de uma quasi Sonata, de 1968, Schnittke trata parte da sonata como por decomposição.
Na verdade, o grande compositor, influenciado pelo que via acontecer com igrejas européias que, eram reconstruídas sem destruir as partes antigas e terminavam por dar frutos a igrejas antigas e novas ao mesmo tempo, tentava fazer o mesmo na música, resgatando formas e estilos antigos, reciclando as formas e criando algo novo!
Este princípio de reutilizar restos de algo que em seu dia formou um todo unitário e que, mesmo nesse estado fragmentado, ainda é um símbolo da realidade, que existia no passado, aplicado ao campo da música, onde encontramos elementos tradicionais, tais como os escombros, dada a presença constante de hábitos passados ​​em todas as formas de representação pública, significa uma reviravolta de 180 graus em relação à concepção do material artístico. O material musical, portanto, não consiste mais nas matérias-primas: o som, a sonoridade e a instrumentação de cores, de um tipo de combinações, mas agora também usa fórmulas pré-configuradas e que refletem a elaboração subjetiva do compositor, outro estilo, outro tempo para começar a partir desses elementos básicos, isto é, pequenas unidades complexas pré-existentes. Estes pequenos extratos de uma matéria já composta antes onde eles ainda podem identificar as características típicas de seu tempo adquirida neste esquema criativo nos faz pensar no agir contemporâneo da Reciclagem! No trabalho de Schnittke, essas citações ou modelos estilísticos também têm outro rosto: sua atividade como compositor de cinema e teatro - algo bastante freqüente nos socialistas por razões econômicas e pelas possibilidades oferecidas - originou uma estranha vida dupla, de modo que tentar negar esse aspecto, por outro lado, teria restringido ou evitado as oportunidades para obter algum benefício disso. Por exemplo, a Serenata para violão, clarineta...piano e percussão (1968), em três movimentos, em grande parte é um quebra-cabeça feito de pedaços de peças antigas para cinema e teatro e o Segundo movimento utiliza livremente uma série dodecafonica. 
 
Alfred Schnittke é o homem dos fragmentos, número de peças de outras obras que aparecem em cada peça. As referências às obras de mestres do passado são muitas: das lembranças da música de Vivaldi e Corelli no Concerto grosso l (para 2 violinos preparados e cordas: 1976-1977), a um eco bruckneriano da missa latina na sua segunda sinfonia St. Florian (1979-1980), em amostras de materiais obtidos de antigas músicas da igreja russa - no segundo quarteto de cordas (1980) ou uma série de citações em que ressoam Orlando di Lasso, Beethoven e Shostakovitch - no terceiro quarteto de cordas (1983) e uma melodia obsessiva de tango na sofisticada cantata sobre o mito de Faust eid nüchtern und wachet (1983), jogos cáusticos com nomes das notas e das pessoas - quarto concerto para violino (1985). Todo esse fundo de ironia, despreocupado, faz contraste com a tremenda seriedade e a melancolia profunda com que Schnittke ressalta a solidão no Quinteto para piano (l972-1976), iniciado como conseqüência da morte de seu mãe ou no Requiem, obra prima maior.
 
Nos anos 80 e 90 desenvolve um estilo mais sério e solene.
Seu concerto para coro misto, composto em meados da década de 1980, manifesta uma profunda declaração espiritual, uma peça que confirma Schnittke como um compositor dos mais importantes da música religiosa do final do século 20. Você pode ver o mesmo espírito devoto animar a quarta Sinfonia, especialmente o seu final, uma configuração da Ave Maria que Schnittke pretendia expressar, unindo idéias musicais judaica, ortodoxa, Católica e Luterana. 
 
Em seus últimos anos, Schnittke compôs algumas de suas mais austeras obras, que parece, na superfície, uma radical simplificação dos seus meios e métodos: ouvir, por exemplo, o último movimento da oitava Sinfonia, ou qualquer movimento da nona, escrita com sua mão esquerda é dilacerador.
 
O ecleticismo de Schnittke  não se interpretou mal como um mero jogo burlesco ou como um ato de falso compromisso. É uma linguagem que, com pleno conhecimento da causa, busca comunicação com as forças que limitam o espaço para se desenvolver livremente.

Mas, à medida que sua saúde se deteriorava, o compositor foi abandonando a extroversão do seu poliestilismo adotando um estilo mais introspectivo e sombrio.

Principais obras de Alfred Schnittke – 
a épica sinfonia n 1, a sinfonia 2 e 4, sinfonia 8, quartetos para cordas  2 e 3, Serenata para violin, clarinet, double-bass, piano and percussion, viola concerto, cello concertos 1 e 2 (obra com finale gigantesco, obra prima absoluta), sonata violino n. 2 (quasi una sonata), cello sonata n. 2, réquiem, ballet Peer Gynt, os Concertos Grossos n. 1 e 2, sonata violin solo (Á Paganini), concerto triplice, concerto para oboe, harp e strings, concerto piano a quatro mãos e orquestra de câmara, piano quinteto e concerto para coro misto (concerto choir).  
 
 
 
 

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sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Béla Bartók por Denison Souza 2017


 Assim como Van Gogh, Bartók foi desses artistas que não vendeu em vida. Só ganhou notoriedade depois de morto. Já era estranhado na sua terra natal, imagine num país estrangeiro, onde passou o final da vida...

Seu conjunto de opus teve três fases:

A sua primeira fase segue a tradição do século XIX, como o Poema Sinfônico Kossuth. Vai de 1890, data de sua primeira obra Waltzer até a Fantasia, de 1895.

A sua segunda fase segue em direção ao Impressionismo, como no seu primeiro Quarteto de Cordas. Vai de 1895 até 1905, quando começa as pesquisas folclóricas.

A terceira fase de Bartók começa com as canções folks húngaras e segue em direção aos estudos folclóricos e acompanha a música popular do sudeste europeu, durante as quais investigou, junto com Kodály, canções ciganas da Romênia, Sérvia, Bulgária, Croácia, Ucrânia, Eslováquia, Turquia e norte da Africa, mas, centrando sempre em seu país: Hungria. Vemos na Suite de Dança e no Segundo Concerto para piano melodias húngaras e canções populares típicas.

Suas obras fundamentais são:
Três concertos para piano (n° 1 - 1926, n° 2 - 1931, n° 3 - 1945) 
Divertimento para orquestra (1939)
Concerto para violino n° 2 (1938) 
Concerto para orquestra (1943) 
Música para Cordas, Percussão e Celesta (1936) 
Seis quartetos de cordas (n° 1 - 1909, n° 2 - 1917, n° 3 - 1927, n° 4 - 1928, n° 5 - 1934, n° 6 - 1939) 
Sonata para dois Pianos e Percussão (1937) 
The Miraculous Mandarin (balé, 1926) 
O Castelo de Barba-Azul (ópera, 1911)
Village Scenes - Falún (1926)
Dance Suite (Táncszvit) (1923)
Sonata para violino e piano n. 1 (1921)
Os seis volumes didáticos para Piano: Mikrokosmos (1926-1939)
Sonata para piano (1926)
Allegro Bárbaro (1911)

Talvez em Bartók seja mais eficiente analisar sua obra por gênero e não por fase:
Sua obra para piano solo é grande, mas, o conjunto Mikrokosmos domina este gênero. Basta ouvi-lo para conhecer o universo pianístico de Bartók. Incluo para conhecer mais a sua Sonata para piano, de 1926, uma verdadeira obra prima pouco conhecida, e seu famoso Allegro Bárbaro, de 1911.

Suas canções não são tão boas quanto as dos outros compositores do século XX; não era o seu forte, apesar da boa qualidade de seu material. Para quem quer se aprofundar, vale pesquisar as canções ligadas à tradição popular da Hungria. Escreveu muitas Folksongs de países do sudeste europeu e algumas canções baseadas em poemas e talvez sua canção mais curiosa seja as Village Scenes para dois sopranos, coro e orquestra. Música rica em ritmos eslovacos e bem interessante. Eu gosto muito. Tem uma versão das Village Scenes para voz feminina e piano, solene e muito agradável. Eu gosto muito dessa música! Sugiro!

Suas obras para orquestra são excelentes e muito apreciadas. E é completamente dominada por três obras tardias: a espetacular Música para cordas, percussão e celesta, o Divertimento para cordas (obra prima magnífica e pouco conhecida) e o célebre, mas, inferior, Concerto para Orquestra. Incluo como sugestão de audição as Suites de Dança.

Suas obras para palco inclui dois balés e uma ópera. A ópera é sua obra prima no palco. Tão dificil e original quanto Pelleas et Melisande, de Debussy.

Sua coleção de música coral, pequenina (apenas doze obras), só inclui de interessante a Cantata Profana.

Mas é no gênero música de câmara que o nome de Béla Bartók entra pra História para nunca mais apagar. Mesmo compondo 14 obras de câmara, se excluirmos os Quartetos de Cordas, aqui se destaca a excelente obra prima Sonata para dois pianos e percussão, a Sonata para violino solo e a Sonata para violino e piano n. 1 (obra que mais admiro de Bartók, se excluirmos os Quartetos) e mais nada em particular. Dentro ainda do universo da música de câmara de Bartók, os seus seis quartetos para cordas formam um capítulo à parte. Eles são vistos como os maiores quartetos já compostos desde Beethoven. São uma coleção, de fato, assombrosamente fora de série.


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Van Gogh animado

http://m.folha.uol.com.br/ilustrada/2017/10/1931017-van-gogh-inspira-animacao-100-feita-com-tinta-a-oleo-em-65-mil-quadros.shtml

domingo, 3 de dezembro de 2017

Debussy por Denison Souza 2017


Debussy foi o compositor que derrubou a hegemonia alemã na música e colocou Paris, de novo, como centro internacional da música. Ele escreveu 141 obras. Seu registro de obras não é intitulado Opus, mas, L. Vai do L 1 ao L 141. 
A obra de Debussy pode-se dividir em três fases:

Fase impressionista –
Vai da primeira obra L 1 Ballade à La lune, de 1879 e vai até L 97, a obra Lindaraja para dois pianos, de 1901 e da ópera Pelleas et Melisande L 88, que levou de 1893 a 1902 para ser terminada. 
Caracteriza-se pelo confronto com a música de Wagner e dos compositores contemporâneos russos e franceses. Inclui sua peça característica do impressionismo Prelude a après midi dun faune , a cantata L enfant prodigue, a excelente e pouco conhecida La demoiselle élue, com solistas e coro feminino, uma obra prima fenomenal. A fase finaliza com chave de ouro com a ópera Pelleas et  Melisande. Essa fase é muito marcada pelas inúmeras canções. Debussy é um compositor, sobretudo, da voz humana. Mas há uma obra de câmara nessa fase inicial: seu Trio com Piano de 1879. Só quem conhece são os especialistas em Debussy. Outras obras características dessa fase são a Beau soir, Printemps para coro feminino e orquestra, Hymnis para solistas e coro, a excelente e pouco conhecida Le Gladiateur, Ariettes oubliées para voz e piano, os famosos poemas de Charles Baudelaire, os dois Arabescos para piano, a Valsa Romântica, a ópera Rodrigue et Chimene do século XIX (quem disse que Debussy só escreveu uma ópera?), Suite Bergamasque;  na música de câmara, além do Trio piano, é dessa época o Quarteto para cordas, que foge completamente do estilo tradicional. Os famosos Noturnos para orquestra, Pour Le piano e Chansons de Bilitis. Para mim, as obras fundamentais dessa época são as citadas acima. Com destaque para Preludes...faune, Pelleas et Melissande e La demoiselles élue.


Fase Experimentalista –
A segunda fase é marcada por uma pesquisa ampliada em termos de timbres e tons. Envolve obras refinadíssimas e muito bem elaboradas, de difícil acesso: como Estampes, Le diable dans Le beffroi, obra prima que levou de 1902 a 1911 para ser terminada; é dessa fase uma obra de Debussy pouco conhecida que é a maravilhosa Rapsódia para saxofone e orquestra, as canções Fetes Galantes, Masque, Lisle joyeuse para piano,sua única sinfonia disfarçada La Mer, Images I e II, La chute de La Maison Usher, Children Corner para piano, o primeiro  livro dos Prelúdios, La plus que Lente e esta fase termina com o segundo livro dos Prelúdios L 123. Essa fase vai de 1902 até 1913. Todas essas obras citadas acima são de fundamental importância para conhecer essa fase experimentalista de Debussy.

Fase Hermética  -
Assim como Monet, que de simples impressionista, evoluiu em sua fase final para um impressionismo hermético, misterioso, diria até abstrato, Debussy, no final de sua vida, criou uma obra ainda mais nebulosa, estranha, mística e misteriosa. De muito difícil acesso.
Faz parte dessa fase obras de leitura prolixa como o Martírio de São Sebastião, que é do ano de 1911, mas, que não faz parte da fase anterior. É obra difícil dessa nova fase final. É dessa fase o ballet inacessível Jeaux, Não é pra qualquer um aquilo. Não se vende, nem se grava muito esse tipo de música do outro mundo. Os intelectuais Poemas de Stephane Mallarmé para voz e piano, Syrinx para flauta solo, uma obra muito misteriosa, Seis epigramas antigos, o estrambótico Cello Sonata, obra de câmara que mais amo de Debussy, os incríveis e difíceis Estudos para piano, a Sonata para flauta, viola e harpa, a famosa Sonata para Violino e Piano e sua última obra L 141 Ode a La France, para soprano, coro e orquestra. Obras de fundamental importância, além de algumas canções e ciclos de canções.
 

sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Schoenberg por Denison Souza

I

 Arnold Schoenberg foi o maior gênio do século XX pós 1920 e eu vejo sua obra, como um todo, dividida em quatro fases distintas: Romântica Transfigurada, Expressionismo Atonal, Dodecafônico e Serial Americano. Compôs 51 obras completas e abaixo sinalizado com o simbolo *** podemos detectar as obras fundamentais de cada fase.
A fase que eu vejo como Pós-Romântica, primeira fase, onde o grande mestre da Segunda Escola de Viena, aluno do grande Zemlinsky, tenta de toda forma desfigurar a música romântica, indo mais longe que Richard Strauss e Gustav Mahler. A música é belíssima, muito superior ao que os russos tentavam fazer, mas, não é, de forma alguma, a melhor fase de Schoenberg. Surpreende - e muito - as obras Kammersymphonie Op. 9, a arrebatadora, suntuosa e famosíssima obra prima Noite Transfigurada Op. 4, as Canções Op. 3, a linda Pelleas und Melisande Op. 5, mas, sobretudo a obra prima maior: Gurre-lieder, a obra romântica desfigurada mais bela e espetacular de Schoenberg. Aliás, Schoenberg puxa muito para o canto, a voz. Não é a toa que compôs quatro óperas excelentes! Mas depois revela uma veia forte para a música de câmara. Nessa fase romântica transfigurada, Schoenberg continua um compositor tonal, apesar das ousadias harmônicas. Vai de 1898 até 1906. Os destaques estão marcados * ou obra prima e fundamental ***. 

1. Fase romântica transfigurada: 3 obras fundamentais
    2 Gesänge [2 Songs] for baritone, Op. 1 (1898)
    4 Lieder [4 Songs], Op. 2 (1899)
    6 Lieder [6 Songs], Op. 3 (1899/1903) *
    Verklärte Nacht [Transfigured night], Op. 4 (1899) ***
    Pelleas und Melisande, Op. 5 (1902/03) ***
    8 Lieder [8 Songs] for soprano, Op. 6 (1903/05)
    String Quartet no. 1, D minor, Op. 7 (1904/05)
    6 Lieder [6 Songs] with orchestra, Op. 8 (1903/05)
    Kammersymphonie [Chamber symphony] no. 1, E major, Op. 9 (1906) *
    Gurre-lieder (1901-11) ***

Na segunda fase, Schoenberg se apresenta com um atonalismo livre surpreendente e bastante expressivo. Com o segundo quarteto de cordas começa o atonalismo. Mas os primeiros movimentos da obra apresentam um tonalismo como antes; somente no final, ao entrar a voz solista junto com os quatro instrumentos de cordas, o atonalismo e o feroz expressionismo toma conta, anunciando a nova abordagem. A primeira obra inteiramente expressionista é o Estudo para teclado Op. 11. Pena que Jacobs's Ladder ficou incompleto, mas, o pouco que compôs foi gravado e está lindo. Em compensação, a linda e espetacular Herzgewachse Op. 20 é a coisa atonal mais linda já escrita no mundo. Sempre que se fala em Schoenberg, se fala logo em Dodecafonismo e esbarramos nas célebres Noite Transfigurada e Pierrot Lunaire, sendo que estas duas obras, verdadeiras obras primas, não são ainda dodecafônicas. Noite é da fase romântica transfigurada e Pierrot da fase atonal livre. Schoenberg ainda não tinha organizado um sistema de composição. Em Pierrot Lunaire ele foi longe demais no atonalismo. Escrevia de forma livre, como Stravinsky na fase de Sagração. Stravinsky não criou sistema algum de composição, Schoenberg criou, mas não levou até as ultimas consequencias, atitude que foi tomada por seu discipulo Anton Webern. Essa fase atonal livre é muito boa e eu destaco as obras excelentes, além das citadas acima, as maravilhosas obras: o monograma quase romântico Erwartung Op. 17, o Estudo para piano Op. 11 e as Cinco Peças para Orquestra Op. 16. Gosto muito também de Cinco Peças para piano Op. 23. Mas a obra que mais me emociona, que mais amo é a Serenade Op. 21, uma obra prima de câmara.

2. Fase expressionista atonal livre: 8 obras fundamentais
    String Quartet no. 2, F-sharp minor (with Soprano), Op. 10 (1907/08) ***
    Drei Klavierstücke, Op. 11 (1909) *** primeira obra completa expressionista
    2 Balladen [2 Ballads], Op. 12 (1906)
    Friede auf Erden [Peace on Earth], Op. 13 (1907)
    2 Lieder [2 Songs], Op. 14 (1907/08)
    15 Gedichte aus Das Buch der hängenden Gärten (15 Poems from The Book of the Hanging Gardens) by Stefan George, Op. 15 (1908/09) *
    Fünf Orchesterstücke [5 Pieces for Orchestra], Op. 16 (1909) *** expressão madura
    Erwartung [Expectation], monodrama in one act, [for soprano and orchestra], Op. 17 (1909) ***
    Die glückliche Hand [The lucky hand], drama with music, for voices and orchestra, Op. 18 (1910/13) *
    Sechs kleine Klavierstücke [6 Little piano pieces], Op. 19 (1911) *
    Herzgewächse [Foliage of the heart] for Soprano, Op. 20 (1911) ***
    Pierrot Lunaire, Op. 21 (1912) *** revolucionário
    Four Orchestral Songs, Op. 22 (1913/16)
    5 Stücke [5 Pieces] for Piano, Op. 23 (1920/23) ***
    Serenade, Op. 24 (1920/23) *** melhor obra de câmara da fase expressionista

Schoenberg teve um esgotamento criativo entre 1912 a 1920, depois de compor Pierrot Lunaire. Ficou sem acabar uma obra sequer entre 1912 a 1920. Ele tinha de criar um sistema teórico organizado e consistente para continuar compondo, não podia continuar criando musica de atonalismo livre. Era muito limitado! A fase mais famosa de Schoenberg, a fase Dodecafônica (dos doze tons), começa com a excelente Suite para Piano Op. 25. Com essa publicação ele estava lançando a teoria composicional mais polêmica de todos os séculos - destruindo mil anos de tradição. Quanto a música de câmara, essa fase está bem representada com o Quarteto para cordas n. 3, uma obra prima dodecafônica digna dos ultimos de Beethoven e dos ultimos de Bartók. O ponto alto desse sistema é sua Variações para Orquestra Op. 31. 

3. Fase Dodecafônica: 4 obras fundamentais
    Suite for Piano, Op. 25 (1921/23) *** Início do dodecafonismo
    Wind Quintet, Op. 26 (1924) ***
    4 Stücke [4 Pieces], Op. 27 (1925)
    3 Satiren [3 Satires], Op. 28 (1925/26)
    Suite, for septet, Op. 29 (1925)
    String Quartet no. 3, Op. 30 (1927) ***
    Variations for Orchestra, Op. 31 (1926/28) *** ponto alto do dodecafonismo
    Von heute auf morgen [From today to tomorrow] opera in one act, Op. 32 (1928)
    2 Stücke [2 Pieces] for Piano, Op. 33a (1928) & 33b (1931)
    Begleitmusik zu einer Lichtspielszene [Accompanying music to a film scene], Op. 34 (1930)
    6 Stücke [6 Pieces] for Male Chorus, Op. 35 (1930)

A última fase de Schoenberg é a fase americana, onde ele refina sua técnica e, invés de ir longe no dodecafonismo, como Webern fará, resolve usar a técnica serial e de doze tons envolvendo passagens tonais, tornando a música mais acessível. Chama atenção aqui as obras religiosas do velho mestre. E prefiro ouvir Kol Nidre do que Pierrot Lunaire hoje em dia. Gosto muito de Ode a Napoleão, mas a maior obra prima é o Trio para Cordas Op. 45. As obras mais significativas estão sinalizadas abaixo com o ***:

Fase serial americana: 4 obras fundamentais
    Violin Concerto, Op. 36 (1934/36)
    String Quartet No. 4, Op. 37 (1936)
    Kammersymphonie [Chamber symphony] no. 2, E-flat minor, Op. 38 (1906/39)
    Kol nidre for Chorus and Orchestra, Op. 39 (1938) *
    Variations on a recitative for Organ, Op. 40 (1941)
    Ode to Napoleon Buonaparte for Voice, Piano and String Quartet, Op. 41 (1942). ***
    Piano Concerto, Op. 42 (1942) ***
    Theme and variations for Band, Op. 43a (1943)
    Theme and variations for Orchestra, Op. 43b (1943)
    Prelude to Genesis Suite for Chorus and Orchestra, Op. 44 (1945)
    String Trio, Op. 45 (1946) *** maior obra prima da fase americana
    A Survivor from Warsaw, Op. 46 (1947) ***
    Phantasy for violin and piano, Op. 47 (1949)
    3 Songs, Op. 48 (1933)
    3 Folksongs, Op. 49 (1948)
    Dreimal tausend Jahre [Three times a thousand years], Op. 50a (1949)
    Psalm 130 "De profundis", Op. 50b (1950)
    Modern psalm, Op. 50c (1950, incompleto) 

Autor: Denison Souza